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Igrejas evangélicas são condenadas por intolerância religiosa no Maranhão – Exibir Gospel

Igrejas evangélicas são condenadas por intolerância religiosa no Maranhão
A Justiça do Maranhão condenou os líderes das igrejas evangélicas Pentecostal Jeová
Nissi e Igreja Ministério de Gideões a pagarem multa de R$ 5 mil por danos morais
coletivos, por intolerância religiosa contra um terreiro de matriz africana em São Luís. A
decisão também proíbe os religiosos de realizarem novas manifestações que perturbem a
prática de religiões afro-brasileiras no estado.
Em abril de 2022, membros das igrejas, liderados por Flávia Maria Ferreira dos Santos,
Charles Douglas Santos Lima e Marco Antônio Ferreira, realizaram um “protesto” em frente
à Casa Fanti Ashanti, um terreiro com mais de 64 anos de história, no bairro Cruzeiro do
Anil. O ato, que coincidia com uma festividade tradicional do terreiro dedicada ao orixá
Ogum, tinha como objetivo a evangelização dos praticantes do candomblé.
Segundo a Defensoria Pública do Estado do Maranhão, que ajuizou ação civil pública contra
os líderes religiosos, os evangélicos utilizaram caixas de som, faixas com mensagens
bíblicas e panfletos com palavras de ordem contra a religião de matriz africana durante o
protesto.
Testemunhas relataram que os manifestantes gritavam frases como “vamos expulsar os
demônios” e “a palavra de Deus não pode parar”, além de subirem na calçada do terreiro
para distribuir panfletos com mensagens como “Jesus te ama”. A Casa Fanti-Ashanti emitiu
nota de repúdio pelo ato, afirmando que se sentiu ameaçada e com sua liberdade de culto
desrespeitada.
Em sua defesa, o pastor Charles Douglas do Ministério Gideões alegou que não houve
ofensas à Casa Fanti-Ashanti, mas sim a realização de um culto ao ar livre em frente a
outra igreja evangélica, sem qualquer direcionamento ao terreiro.
A Justiça acolheu as provas apresentadas pela Defensoria Pública e condenou os líderes
religiosos, além da multa, a se absterem de promover novas manifestações que perturbem
a prática de religiões de matriz africana no Maranhão. Em caso de descumprimento, a multa
por nova perturbação será de R$ 2 mil.

Redação Exibir Gospel