A ALIANÇA DO CASAMENTO
Quando Deus quis mostrar um dos momentos mais gloriosos da história, o encontro de Cristo com a igreja, ele usa a figura do casamento. De acordo com Gênesis 1:26-28 e 2:24 antes da queda, podemos ver Deus instituindo o casamento. Ou seja, ele é anterior a queda.
Então a pergunta que precisamos responder é: No que consiste o casamento criado por Deus? O casamento não é uma instituição humana, mas divina. Deus criou o casamento! É um relacionamento entre homem e mulher – heterossexual. É monogâmico – entre um homem e uma mulher. Deus é contra a poligamia (um homem casado com mais de uma mulher) e contra a poliandria (uma mulher casada com mais de um homem). É monossomático – os dois se tornam uma só carne, na matemática de Deus um mais um é igual a um. Portanto, Indissolúvel – não se pode desfazer.
Em Gênesis 1.26-28 está escrito em forma de poema, mostrando o amor e a alegria de Deus na criação. Em todas as coisas criadas Deus fala para fora, mas quando ele cria o homem, ele fala para dentro “façamos o homem a nossa imagem”. O homem foi feito a imagem e semelhança de Deus. Em Gênesis 1:28 a primeira palavra dita por Deus ao homem, é um brado magnífico. Adão não sabia nada de ter filhos, quem queria ter filhos era Deus. E como Deus queria que fossem os seus filhos? (Ef.1.4, Rm.8.29). Não podemos pensar no propósito de Deus de maneira individual. Deus quis realizar o seu propósito através da família. O propósito de Deus não era o casamento, mas o casamento estava no propósito de Deus. O casamento não é um fim em si, mas é um meio para atingir o propósito. E qual é o propósito eterno de Deus? Lá no princípio Deus criou o homem para ter comunhão com ele junto com a sua família.
Por isto nos levantamos contra toda a desconstrução de princípios e valores familiares que Deus criou. Lembram o que disse faraó, que era uma figura de satanás, para Moisés em Êxodo 10:11? Ele queria separar e enfraquecer as famílias. Precisamos estar atentos aos princípios e propósitos de Deus para a família. Quando nos perguntam como está o nosso casamento, será que primeiro pensamos se estamos felizes e realizados? Creio que deveríamos pensar se o nosso casamento está cumprindo com o propósito de Deus. Quanto a vontade de Deus para o casamento. Creio que Deus quer que os casamentos expressem a sua glória. Que seja um testemunho do relacionamento de Cristo com a igreja. É um testemunho do poder de Deus.
Como viver o propósito de Deus para o casamento?
De acordo com Efésios 5.18-33, quando Paulo fala a respeito do casamento ele usa uma referência, o relacionamento de Cristo com a igreja. Quando lemos desde o versículo 18 de propósito, removendo a questão do título que é inserido para efeito de facilitar a leitura, mas inexistente nos originais, podemos entender o contexto melhor. Nos enchemos do Espírito Santo vivendo o propósito de Deus para o casamento, e só consigo viver o propósito de Deus para o casamento sendo cheio do Espírito Santo. Qual o melhor lugar para exercitar o fruto do Espírito Santo mencionado em Gálatas 5:22? Com certeza, é no casamento.
Sobre as esposas
A palavra submissão causa certo desconforto para algumas pessoas. Primeiramente, é importante destacar que não é uma questão de inferioridade – Deus criou ambos, a sua imagem, um não é mais a imagem de Deus do que o outro. Também não é uma sujeição de gênero. Não está dizendo para a mulher ser sujeita ao homem, mas a esposa ao marido. Submissão não significa ser complacente, resignada, como um capacho do marido. Ser submissa significa se colocar debaixo da missão que Deus confiou ao homem. É ser uma auxiliadora idônea para o marido no cumprimento do propósito de Deus. Não é ser uma auxiliadora e “dona”, mas idônea. Algumas esposas podem ser tentadas a não cumprir o seu papel por causo da negligência do marido em cumprir com o papel dele, ou por ele não amá-la ou por não ser o cabeça como deveria ser segundo Deus. As vezes até pelo fato de não serem convertidos. Em 1Pedro 3:1-5 quando as esposas cumprem com seu papel, estão influenciando o seu marido pelo exemplo. A submissão honra a Deus, e Deus honrará a sua submissão. Podemos entender no texto de Efésios 5, especialmente no versículo 24, diz que quanto mais a igreja estiver sujeita ao seu cabeça, Cristo, mais feliz, mais plena e mais livre ela será. E assim também é com a esposa! Importante frisar que a sujeição não tira a liberdade. Lembre-se, a sujeição é, em primeiro lugar, para Deus!
Sobre os Maridos
Ainda falando deste texto de Efésios 5, no versículo 23 vai nos dizer que o marido é o cabeça, não o cabeçudo, teimoso, obstinado. Ser o cabeça não significa ser um ditador dentro da casa, para que seja feita a sua vontade. Assim como submissão não significa inferioridade, ser o cabeça, não significa superioridade. É uma questão de função dentro do casamento. Em 1Corintios 11.3 vai nos mostrar que Deus Pai, Filho e Espírito Santo tem os mesmos atributos, a mesma essência, a mesma substância e fazem as mesmas obras. Não podemos pensar que ser o cabeça signifique um ser maior que o outro. Assim como a mulher não é feliz mandando no marido e exercendo o papel de cabeça. Quando isto acontece ela acaba desprezando o marido. Nenhum homem é feliz sendo mandado pela mulher, quando os papéis estão invertidos, os fruto são conflitos e descontentamentos. Podemos pensar que o papel da mulher é pesado por ter que representar a igreja em sua submissão, mas os maridos são chamados para representar a Cristo em seu amor, ou seja, o padrão é ainda maior. Paulo dedica dois versículos para falar da submissão da esposa, e o tripulo para falar do amor do marido. Como a referência para o casamento é Cristo e a igreja, vamos observar como é o amor de Jesus.
As características do amor de Jesus
É um amor fiel, conforme João 13:1. Tudo na sociedade é descartável, e as pessoas assimilaram isto para a área do casamento (casam, se divorciam, casam de novo, se divorciam, casam de novo, etc.) infelizmente inclusive dentro do contexto evangélico. Geralmente sobre o pretexto da busca da própria felicidade. O amor que Deus espera no casamento não é até surgirem os conflitos e desavenças, não é amar até a primeira decepção, ou quando surgem as primeiras rugas, ou os primeiros fios de cabelos brancos. Mas amar até o fim! Jesus amou os seus discípulos não porque eles eram perfeitos, ou merecedores, e sempre lhe agradavam, longe disso. Tantas vezes eles falharam, retrocederam, foram infiéis, não obstante a isto, o Senhor os amou até o final. Se somos infiéis, ele permanece fiel! II Timóteo 2:13
“Os homens odeiam a Deus sem o menor motivo, e Deus ama os homens sem o menor motivo. Há todos os motivos pelos quais os homens deveriam amar a Deus e não odiá-lo, mas o odeiam sem razão. E há todos os motivos por que Deus deveria odiar os homens e não amar, ainda assim ele nos ama tanto que deu seu único filho para morrer por nós, para que todo aquele que nele crer possa viver eternamente”. Charles Spurgeon.
Amor Sacrificial.
De acordo com Efésios 5:25 Cristo amou sua igreja até o ponto de se entregar por ela! Vemos em Genesis.22.2 a lei da primeira menção, interpretadas por muitos autores como o princípio pelo qual o primeiro versículo falando sobre determinado assunto explica os demais textos que abordam o mesmo princípio. Neste caso o sacrifício do primogênito mencionado no texto de Gênesis irá explicar os demais. Neste texto Deus prova a fé e obediência de Abraão que prefigura o dia em que o filho de Deus seria oferecido como sacrifício pelo pecado de toda humanidade, mas desta vez, não seria substituído por um cordeiro como aconteceu com Isaque. Que grande amor o Pai estava manifestando por cada um de nós! Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. 1João 4.10 Então, se por um lado a mulher se submete ao marido, como a igreja a Cristo. O marido ama a sua mulher para morrer por ela, como Cristo fez pela igreja. Ele protege, sustenta, ama a sua esposa ao custo da própria vida. Hoje estamos diante da mesa que nos lembra deste grande amor de Jesus que se sacrificou por nós. E é próprio lembrarmos também que este amor sacrificial, é o amor que Deus espera que tenhamos pelas nossas esposas.
Amor santificador
De acordo com Efésios 5:27 somos chamados a liderar espiritualmente as nossas esposas. Uma vez um irmão comentou que o amor do marido guarda a esposa dos convites sedutores do mundo. Se o marido não elogia a esposa, vê o empenho dela e não a enaltece, quando ela sai de casa e é coberta de elogio dos outros, ela pode estar em vulnerabilidade. Mas se em casa ela é amada, elogiada e enaltecida, ela estará segura. Na história do povo de Israel, houveram três tipos lideranças, primeiro os profetas, depois os reis e por último os sacerdotes até os tempos da vinda do Senhor Jesus. Todos eles fracassaram. Então vem Jesus, que é rei, profeta e sacerdote. A liderança perfeita! E eles rejeitaram. Nós somos chamados a sermos reis, profetas e sacerdotes na família, e a nossa referência é Cristo.
O marido como rei.
Não para ser um tirano ou ditador, mas como Jesus enfrentar até mesmo a própria morte por amor. Para tomar as decisões, não as nossas, mas as do Pai. Há uma história que diz que em certa ocasião um rei e seu servo foram cercados por uma alcateia de lobos, para salvar a vida do rei o servo se entrega para que o Rei possa sobreviver. Mas quando falamos de Jesus o Rei dos Reis se ofereceu voluntariamente como sacrifício em nosso lugar. ” O Rei que deu a vida pelo servo”!
O marido como Profeta
Trazendo a palavra de Deus, para corrigir, exortar e consolar. Para que o barco a vela, no soprar do vento do Espírito, esteja sempre na direção certa para chegar ao porto desejado. A fim de que o vagão da família esteja sempre nos trilhos do Senhor. Não podemos dar o resto para as nossas famílias. As vezes repartimos com tanto entusiasmo o que o Senhor falou conosco com outros irmãos, mas com nossas esposas acabamos nos indispondo. Que nossas esposas sejam as primeiras a receber aquilo que o Senhor falar conosco.
Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente. 1Tm.5.8
Se aqueles que desamparam os seus na questão assistencial, no caso do texto está falando das viúvas, a palavra diz que tem negado a fé e é pior que o descrente, o que se dirá do que tem desamparado a família espiritualmente?
O Marido como sacerdote
Para levar a família à Deus e trazer Deus para a família.
Quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o SENHOR, deixando de orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho bom e direito. 1Sm.12.23
Que o Senhor nos livre do pecado de não orar pela nossa família e não ensinar andando juntos no caminho do Senhor. Não vamos permitir que se interrompam as nossas orações como diz o texto de I Pedro 3.7
Amor altruísta
Ainda de acordo com Efésios 5:28-29 o amor deve ser a ponto de cuidar da esposa como se estivesse cuidando do seu próprio corpo, alimentando e providenciando o necessário cuidado. Este amor é o contrário de egoísta, que procura em primeiro lugar o bem do outro.
Falar mal da esposa ou do marido é agredir o próprio corpo. Há uma expressão que diz que certas decisões são comparadas a dar um tiro no próprio pé, neste caso, seria na própria cabeça. Quando a palavra diz que dela cuida significa manter aquecido.
O grande mistério
De tantas figuras que Deus poderia escolher para retratar uma das maiores maravilhas do universo, que é o relacionamento de Cristo e a igreja, ele usa o casamento como o seu maior outdoor. Quando a casa está ordenada, cada um vivendo o seu papel diante de Deus e para Deus, estamos pregando para o mundo um poderoso sermão.
Cristo e a igreja
De acordo com o texto de Efésios 5:32 ” Grande é este mistério…” Que grande amor é este de Cristo pela igreja! Amor que sobe montanhas, que desce os vales, que derruba barreiras, Um amor tão grande que se esvazia, abraça a cruz e se sacrifica, enfrenta a própria morte, para nos dar vida. Diante desta mesa eu me lembro do pão que foi partido, do sangue vertido, daquela terrível dor, sim meu irmão, foi por amor. As palavras não conseguem descrever, as canções não conseguem expressar e nem as mentes entender, Este amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta, Bendito dom supremo, o amor verdadeiro, que jamais acaba. Ó maridos e esposas, não é o nosso bendito Senhor digno da nossa fidelidade no amor? Que resposta daremos aquele que nos uniu a ele e um ao outro? A resposta que ele espera de nós, ele nos dará graça para permanecer, para que sejamos como um cordão de três dobras, que não se pode romper.
Eduardo Arakaki Junior é um discípulo de Jesus e coopera coopera no pastoreio com a Igreja em Porto Alegre. Casado com Paula e pai de Noemi.