A Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) anunciou a descoberta de um tecido de 3.800 anos tingido com ‘verme carmesim’ em uma caverna no deserto da Judéia, Israel. O tecido, composto por fios de lã vermelhos entrelaçados com fios de linho não tingidos, foi encontrado na Caverna das Caveiras. As informações são do Evangélico Digital.
A descoberta foi detalhada na revista Archeological Science na semana passada e representa a primeira evidência conhecida desse tipo de tecido. Esta descoberta é significativa por fornecer novas informações sobre as técnicas de tingimento e as redes comerciais da Idade Média do Bronze (1767-1954 aC).
O corante vermelho, conhecido como shani ou tola’at shani em hebraico, é mencionado 25 vezes no Antigo Testamento, muitas vezes em conjunto com outros corantes preciosos como o azul e o roxo. Derivado do ácido carmínico produzido por insetos que vivem em carvalhos, o corante carmesim é mais estável e brilhante do que os corantes vegetais, mas sua produção era difícil e limitada a um curto período anual. Por isso, ele era considerado uma das cores mais prestigiosas do mundo antigo.
A cor vermelha profunda é referenciada em diversos textos bíblicos, como em Êxodo 26:1: “Farás o tabernáculo com dez cortinas de linho fino torcido, azul, púrpura e carmesim; e o farás com querubins de excelente acabamento.” E em 2 Samuel 1:24: “Filhas de Israel, chorai por Saul, que vos vestiu luxuosamente de escarlate”.
O inseto responsável pela produção do corante carmesim, conhecido como kermes, vive em carvalhos. As fêmeas e seus ovos produzem o ácido carmínico, que dá a cor vermelha ao corante. Os antigos coletavam os insetos, borrifavam-nos com vinagre, secavam-nos e transformavam os restos em pó para tingir tecidos e roupas.
Além das referências bíblicas, o corante vermelho de kermes também é citado em antigos documentos comerciais, como tabuinhas cuneiformes da Mesopotâmia datadas de 1425 aC.
O pequeno pedaço de tecido encontrado na Caverna das Caveiras mede 2 centímetros e é um material vegetal do sul do Levante utilizado para fazer fibras. A trama vermelha foi identificada por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), que separa compostos em uma amostra líquida para identificar os componentes. A análise revelou a presença de ácido quermésico, secretado pelos insetos.
Esta descoberta oferece uma nova perspectiva sobre as práticas de tingimento e o comércio de corantes na Idade Média do Bronze, destacando a importância histórica e cultural do corante carmesim.
Redação Exibir Gospel
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