“Deixai vir a mim os pequeninos!“
Certa vez, Jesus ficou muito contrariado com a forma como seus discípulos trataram algumas crianças!
Muito preocupados com o “bem-estar” do Mestre, seus aprendizes repreenderam os pais que traziam seus filhos para serem abençoados pelo Senhor. “Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus” (Mc 10.14), foi a repreensão de Jesus!
Temos algumas coisas a observar e aprender das vezes que Jesus esteve com as crianças. Vejamos Marcos 10.13-16:
“Então, lhe trouxeram algumas crianças para que as tocasse, mas os discípulos os repreendiam” (v.13).
Estatísticas têm provado que a idade média em que a maioria das pessoas se converte oscila da seguinte maneira: dos 5 aos 15 anos – 85%, dos 15 aos 30 – 10%, após os 30 – 4%, antes dos 5 – 1%. A imensa maioria das conversões ocorre na infância e adolescência!
Os pequeninos são mais sensíveis ao amor de Deus; as crianças são mais humildes e se quebrantam mais facilmente; as crianças são mais curiosas e abertas às novidades (o diabo sabendo disso tem usado todo o sistema do mundo atual para atraí-las para si, a fim de levá-las para o inferno desde cedo!).
Deus não faz acepção de pessoas, e também não faz acepção de idades! Desde o ventre materno Ele se importa conosco (Sl 139.13-16ª; Jr 1.4-8), e até à nossa velhice ainda se importará conosco e cuidará de nós (Is 46.3-4)!
É muito provável que aquelas crianças que estavam sendo levadas a Jesus, na verdade, é que estavam levando seus pais ao Mestre! Não sabiam se seriam ou não tocadas por Ele, mas certamente, estavam ansiosas por tocá-lo.
No entanto, teriam problemas pela frente: entre eles estavam os discípulos! Ah! Gente que tantas vezes mais atrapalha do que ajuda, mais espalha do que ajunta! Deus tenha misericórdia dos discípulos do Seu filho! Ai de nós, quando de alguma maneira – consciente ou inconscientemente – impedimos, dificultamos, servimos de obstáculo, estorvamos, perturbamos a aproximação, o relacionamento, a comunhão dos pequeninos com Jesus. Ele quer tomá-los nos braços, quer tocar-lhes, impor-lhes as mãos e abençoá-los (Mc 10.16).
“Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus” (v.14).
Jesus, aquele que não conheceu pecado, aquele que se deu por amor, aquele que lavou os pés dos discípulos, aquele que é santo, santo, santo, indignou-se! Você já viu Jesus indignado? É melhor tirar os chicotes de perto! Veja o que Ele diz sobre quem fizer uma criança tropeçar: “Qualquer, porém, que fizer tropeçar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar” (Mt 18.6). Ao contrário do que muitos adultos pensam, as crianças creem, sim, em Jesus!
Ao contrário do que muitos adultos pensam, em especial as mamães e os papais, as crianças não vêm para as reuniões apenas para comer biscoitos, tomar água, ir ao banheiro, correr pelo salão, etc… Não! Elas também podem e devem correr para os braços de Jesus, tocar nEle, serem tocadas e abençoadas por Ele!
“Não os embaraceis!”, disse Jesus. De forma alguma devemos agir como os discípulos que tentaram impedir que as crianças se aproximassem do Senhor por causa da sua espontaneidade, sua inquietação natural, sua meninice… Afinal, elas são crianças! Mas, quando nos nossos encontros com Jesus (seja aonde for), como pais e como igreja, deixamos nossas crianças soltas, entregues a si mesmas, distraídas em brincadeiras, distraindo outras crianças cujos pais estão se esforçando para que se aquietem aos pés do Mestre, aí, mesmo sem uma má intenção, também estamos servindo de tropeço aos pequeninos.
A Palavra diz: “Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu” (Ec 3.1). E mais adiante, no verso 7 lemos: “[Há] tempo de estar calado e tempo de falar”; e se Salomão estivesse escrevendo especificamente para as crianças, ele teria escrito também: “Há tempo para brincar e tempo para deixar de brincar!”. E isto cabe a nós, principalmente os pais, ensinarmos e orientarmos às nossas crianças (Pv 22.6).
Nós sabemos, e as crianças melhor sabem que podem ficar quietas, sentadas, concentradas por um determinado período de tempo: as televisões e videogames que o digam! É lógico que temos que ter bom senso e não esperar que criancinhas muito pequenas se interessem pela pregação ou ensino que não estão entendendo. Mas elas devem sim, serem ensinadas desde bem cedo, que quando uma pessoa está falando, as outras devem permanecer caladas e atenciosas, pois isto é educado.
É provável que as crianças não aprendam nada com a “palavra” ministrada, mas certamente aprenderão com a disciplina de ter de aquietar-se por um determinado tempo! Quando estamos congregados em nome do Jesus, Ele se faz presente; portanto, se não deixarmos as crianças irem a Ele, ao invés disso, as deixarmos displicentes, brincando, correndo, distraindo-se, podemos levá-lo a indignar-se conosco.
“[…] dos tais é o reino de Deus” (v.14).
Se o reino de Deus pertence a alguém além dEle próprio, ele pertence aos pequeninos, às crianças! E mais, certa vez, chamando uma criança, Jesus disse aos seus discípulos: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mt 18.3). Muito interessante, nós, os que devemos ensinar às crianças o caminho que devem andar (Pv 22.6), devemos aprender com elas como entrar no reino dos céus!
Os discípulos de Jesus, naqueles dias como ainda hoje, se preocupam muito com a questão de quem é o maior no reino dos céus (e no dos homens também!). “[…] aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus” (Mt 18.4), ainda é a resposta de Jesus.
As crianças não estão muito preocupadas com rótulos, posições e títulos, elas querem brincar, querem viver! As crianças estão sempre dispostas a servir, pois gostam de ser úteis. As crianças, mesmo quando repreendidas, permanecem dispostas a aprender, a ajudar… As crianças se quebrantam e perdoam mais prontamente, e não guardam rancor nem permanecem “emburradas” por muito tempo!
Jesus disse mais: “[…] quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe” (Mt 18.5). Como temos visto as crianças? Nos ocorre que quando uma criança se aproxima de nós, Jesus está se aproximando junto? Estamos dispostos a receber de Deus através das crianças? Quando estamos em algum lugar e chega um casal ou um adulto com uma ou mais crianças, abraçamos os adultos, beijamos os adultos… E as crianças? Elas ficam aguardando o cumprimento ou passam por nós já acostumadas ao descaso e até desprezo de nossa parte?
“Então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava” (v.16).
Este ainda é o desejo de Jesus no mundo moderno, tecnológico e corrido dos nossos dias. Temos tirado tempo para tomar nossas crianças nos braços, orar com elas e abençoá-las? Ou estamos ocupados de mais no corre-corre das nossas cidades, envolvidos na “obra”, de “olhos fechados” nos cultos e reuniões caseiras; tão ocupados que não podemos oferecer nossos braços e mãos ao Senhor para que Ele possa, através de nós, abençoar nossas crianças, os seus pequeninos?
Ao perguntar a Pedro se este o amava, Jesus lhe disse por três vezes que pastoreasse suas ovelhas (Jo 21.15-17). Mas, observe que na primeira vez Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros”. Ele podia estar referindo-se também aos seus pequenos discípulos, às crianças, pois afinal, os cordeiros são filhotes das ovelhas! Esta mesma ordem serve para cada um de nós. Quando pensamos em fazer discípulos, nos ocorre que podemos fazê-los também entre os pequeninos?
Pouco antes de voltar ao céu, Jesus não esqueceu de incumbir seus discípulos a cuidarem das crianças, pois como bem sabemos, Ele ama e se importa com todos nós, cada um de nós. Ele ainda nos adverte: “Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus!” (Mc 10.14).
Por Aguilar Lopes
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