O pastor Silas Malafaia anunciou que liderará, no próximo feriado de 7 de setembro, um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, pedindo o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O evento, que contará com a participação de políticos como os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Gustavo Gayer (PL-GO) e o senador Magno Malta (PL-ES), tem como objetivo pressionar o Senado a votar pela destituição de Moraes, que Malafaia acusa de “ditador da toga”.
Segundo Malafaia, o ato é “em defesa do Estado Democrático de Direito” e visa expor os senadores que, na sua visão, estão “acovardados e encolhidos” diante do governo federal. A manifestação, porém, levanta uma questão importante para os cristãos: qual deve ser a postura de líderes religiosos em relação às autoridades governamentais?
Ao longo da história, a relação entre cristãos e o governo sempre foi tema de debate. No Novo Testamento, o apóstolo Paulo, que viveu durante o Império Romano, enfrentou perseguições, prisões e ameaças de morte por causa de sua fé. No entanto, Paulo nunca incitou os cristãos a se rebelarem contra o governo de Roma ou a deporem o imperador, mesmo diante da opressão.
Em Romanos 13:1-2, Paulo aconselha: “Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as que existem foram instituídas por ele. Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se opondo àquilo que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos.”
Para Paulo, a submissão às autoridades era uma expressão de obediência a Deus. Mesmo em um contexto de perseguição, o apóstolo não promoveu a revolta contra o governo. Em vez disso, ele orientou os cristãos a viverem de maneira pacífica e a respeitarem as autoridades, acreditando que Deus estava no controle.
A convocação de Silas Malafaia para um ato político de grande magnitude, especialmente com a intenção de remover um ministro do STF, levanta dúvidas sobre se essa postura está alinhada com os ensinamentos bíblicos. Enquanto Paulo, uma das principais figuras do cristianismo, pregava a submissão às autoridades mesmo sob um regime opressor, Malafaia adota uma abordagem de confronto direto com o poder judiciário.
Essa divergência de posturas pode levar a uma reflexão mais profunda sobre o papel dos líderes religiosos na sociedade contemporânea. Se, por um lado, é legítimo que pastores e líderes cristãos se posicionem sobre questões que afetam a moral e a justiça, por outro, a maneira como isso é feito deve estar em consonância com os ensinamentos das Escrituras, que sempre valorizaram a paz, o respeito às autoridades e a confiança na soberania divina.
Dessa forma, a atitude de incitar manifestações contra autoridades pode ser vista como contrária ao exemplo de Paulo, que optou por uma postura mais conciliadora e respeitosa, mesmo em face de severas injustiças.
The post Entenda por que Malafaia afronta a Bíblia ao pedir impeachment de Moraes appeared first on Fuxico Gospel.
More Stories
Bolsonaro admite que ficou chateado com críticas de Malafaia: “sem ressentimentos”
Disputa pela liderança gera crise na Assembleia de Deus no ES
QUETURA: A TerceIra Mulher de ABRAÃO – Onde Estão seus Descendentes?