O Ministério Público de São Paulo está investigando um esquema de milícia que atuava na Cracolândia, no centro da capital paulista, e que envolvia guardas civis metropolitanos (GCMs). Um dos envolvidos no esquema, Marcelo Dutra de Almeida, foi cedido para trabalhar no gabinete do vereador evangélico, Gilberto Nascimento Júnior (PL).
Marcelo Dutra de Almeida, GCM e proprietário da empresa Duta Consultoria e Treinamento, é apontado pelas autoridades como um dos participantes da milícia que extorquia comerciantes na Cracolândia, cobrando por supostos serviços de segurança. O grupo de GCMs, que incluía Marcelo, direcionava dependentes químicos para as proximidades dos estabelecimentos comerciais, criando um clima de insegurança e, assim, forçando os comerciantes a contratar os serviços de segurança oferecidos pela milícia.
De acordo com as investigações, a milícia, liderada por Elisson de Assis, ex-GCM expulso da corporação, movimentou cerca de R$ 3 milhões em um ano. Elisson detinha 49% das ações de uma empresa de monitoramento ligada ao esquema, enquanto Jaqueline Cristina Rocha Pires, sua sócia e irmã de outra GCM, possuía 51% das ações.
O Ministério Público está investigando se os guardas envolvidos no esquema estavam utilizando seus uniformes e atuando durante o expediente oficial, o que poderia configurar um agravante na conduta dos investigados. A operação, que já resultou na prisão de seis pessoas, inclusive um líder da facção criminosa PCC, Leonardo Monteiro Moja, também conhecido como Léo do Moinho, busca desmantelar diversos núcleos criminosos na região.
A assessoria do vereador Gilberto Nascimento Júnior afirmou que desconhecia as atividades ilegais de Marcelo Dutra de Almeida e que o parlamentar aguardará a notificação oficial do Ministério Público para tomar as medidas necessárias. O vereador, no entanto, não é alvo direto da investigação.
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