Com eleições marcadas para o dia 28 de julho, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, procura ser reeleito para o seu terceiro mandato. Para isso, ele tenta conquistar o voto dos evangélicos.
Recentemente, o político de esquerda fez um “ato cristão de arrependimento” em Caracas, declarando: “Voluntariamente entrego minha nação a Cristo”. O evento contou com a presença de pastores e Maduro usava um cachecol com a inscrição de Juízes 9,8-15, uma parábola que alerta sobre os perigos do poder absoluto.
Durante o evento no palácio presidencial de Miraflores, Maduro afirmou ser “um homem de fé, progressiva, aprendida, na luta da vida e crescendo“, e declarou ter encontrado Deus em seu caminho. Segundo pesquisa da ORC, 34% dos votos evangélicos são destinados a Maduro, enquanto 20% apoiam Edmundo González Urrutia, candidato da oposição.
Apesar de ter apoio entre os evangélicos, as pesquisas indicam que Maduro enfrenta uma eleição difícil, com a possibilidade de ser a mais desafiadora para o chavismo em 25 anos, devido ao colapso econômico do país. Em março, ele lançou o bônus “O Bom Pastor” para ministros da igreja cristã e, no ano anterior, criou o plano “Minha Igreja Bem Equipada” para melhorias nos templos.
María Verónica Torres, pesquisadora da Universidade Monteávila, comentou que as iniciativas de Maduro são uma forma de proselitismo sob o véu da religiosidade, afirmando que as igrejas evangélicas que o apoiam não necessariamente aumentam seu número de votos. O Conselho Evangélico da Venezuela expressou preocupação com as ações recentes do presidente.
A aproximação entre políticos e evangélicos não é novidade na Venezuela. Hugo Chávez também manteve uma relação estreita com os evangélicos, distanciando-se da Igreja Católica. O pastor Amir Alcoba, de Santa Lucía, reconhece a visibilidade dada aos evangélicos desde a era Chávez.
A comunidade evangélica em áreas pobres, como Santa Lucía, vê os programas sociais como benefícios necessários. O pastor Juan Gómez, secretário de Assuntos Religiosos do estado de Miranda, defende que Maduro cumpre seu papel de presidente ao oferecer essas ajudas, embora muitos critiquem como compra de consciência. As informações são da AFP.
Exibir Gospel