O Parlamento Ucraniano aprovou, em 20 de agosto, uma lei que proíbe organizações religiosas no país de manterem vínculos com a Igreja Ortodoxa Russa. A medida impacta principalmente a Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscou, que até 2022 estava subordinada à Igreja Ortodoxa Russa. Após a invasão russa à Ucrânia, a igreja ucraniana declarou sua independência do Patriarcado de Moscou, mas há dúvidas sobre a seriedade dessa declaração.
A nova legislação exige que organizações religiosas ucranianas associadas à Igreja Ortodoxa Russa rompam os laços com o Patriarcado de Moscou em até nove meses. A União Europeia, através de seu porta-voz para assuntos de política externa, Peter Stano, afirmou que a Comissão Europeia reconhece que a Ucrânia garante a liberdade religiosa, mas está ciente das ações legais contra a Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscou devido ao apoio do Patriarcado à guerra russa.
A situação é considerada complexa por especialistas como Teona Laverlashvili, que observa que o veto pode ser analisado à luz dos critérios de Copenhague, que incluem a liberdade religiosa, mas pondera que o contexto específico da Ucrânia deve ser levado em conta.
Desde o início da invasão russa, as autoridades ucranianas iniciaram mais de 100 processos penais contra sacerdotes da Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscou, com 26 condenações, principalmente por traição e colaboração com a Rússia. A Igreja Ortodoxa Russa, por sua vez, defende a invasão da Ucrânia como uma “guerra santa”, o que leva Kyiv a considerá-la uma extensão ideológica do Kremlin.
Redação Exibir Gospel